Nova espécie de "tarântula" para Portugal
Trata-se de um grande Licosídeo até agora nunca citado para Portugal e o primeiro registo fotográfico confirmado desta espécie. Esta espécie redescrita em 2004 por A. Barrientos, tem gerado alguma discussão por parte dos taxonomiastas ibéricos.
Em Junho de 2007, Jean-Pierre Prevot, morador em Olhão, colaborava com o http://www.aranhas.info enviava-me várias aranhas de grande tamanho que se haviam afogado na piscina. Tratavam-se de adultos e juvenis de Hogna radiata com excepção de um macho adulto claramente pertencente ao género Lycosa. Esta, tanto, quanto se sabe, foi a primeira captura de Lycosa ambigua em Portugal. Digo tanto quanto se sabe, porque a tremenda semelhança com as outras espécies de grandes Licosídeos mais comuns da nossa fauna poderá ter levado a que tenha passado despercebida ou mesmo que tenha sido confundida e mal identificada. Julga-se que esta espécie foi descrita pela primeira vez em 1882 nas ilhas Baleares como Lycosa subhirsuta mas o facto de não existirem exemplares conservados que o confirmem, levou a que fosse redescrita em 2004 quando se confirmou a sua presença em Espanha, desta vez sob o nome de Lycosa ambigua. Já em 2009, mais concretamente em Julho de 2009, foi capturado por Liliana Vinagre, o primeiro macho vivo, desta vez em Valverde a propósito de uma sessão fotográfica com o fotógrafo e colaborador do Naturdata, Emidio Machado. Este é assim o primeiro registo fotográfico confirmado desta espécie. É mais uma adição para a Fauna de Portugal e vem demonstrar a importância de sites como o Naturdata e do envolvimento de todos (especialistas ou não especialistas), na investigação, divulgação e conservação do nosso Património Natural. O meu obrigado às pessoas mencionadas nesta notícia pelo esforço e tempo investido não apenas neste caso mas em todos os outros que teremos oportunidade de partilhar neste espaço.
http://www.naturdata.com
Ricardo Ramos da Silva
Biólogo