Em um tempo longínquo, a pequena igreja se ergue... |
A poça, o reflexo, e o chão se torna céu |
O cavalo se olha como em um espelho... |
e continua seu caminho carregando os visitantes. |
O mundo se inverte... mas tudo permanece em seu lugar. |
E, nas ruas que molham os pés... florescem as plantas e enchem a vida de cor! |
Flores de todas as cores... cores e mais cores... |
que descem pelas varandas, e se jogam para o chão |
As casas com suas portas pintadas... |
portas de céu, com janelas para o dia... |
pintadas de sol, pintadas de terra. |
Na praça, a igreja voltada ao mar, orando pelos seus pescadores... |
Todas parecem iguais... simétricas, alinhadas... |
Os casarões brancos são tão alvos, tão puros ... |
Algumas portas convidam ao descanso, com suas redes coloridas, |
e as árvores, mesmo com seus galhos secos, |
fornecem a sombra para o descanso |
e emolduram uma paisagem inesquecível! |
No cais, o pássaro agora se admira no espelho. |
O quebra mar fica ali à espera da nova maré que irá visitar as ruelas |
e desenhar novos espelhos às suas criaturas. |
As folhas se foram, e agora esperam pela primavera... |
Os barcos aguardam pacientemente pelos seus comandantes... |
O pedaço de areia que avança sobre seu amigo inseparável - o mar... |
Os mastros se erguem imponentes... uns ao lado dos outros, todos têm seu lugar. |
O pequenino se destaca, mas também flutua como seus companheiros, |
e aqueles que desejam ser grandes como ele se enfileiram no parapeito, observando seu professor. |
Que encanto tem este lugar de tantos caminhos, |
de tanta beleza, |
de tantas entradas e saidas! |
Quanta historia existe por trás das paredes, |
nos cantos e becos, |
nas varandas ! |
Os artistas apresentam sua arte: |
em pequenas moedas escrevem uma historia |
Pode entrar, a porta está sempre aberta... |
O sol começa a ir embora... |
a noite já chegará. |
As luzes acordam... |
varandas se iluminam. |
Nas ruas centrais mais um santuário de tantos... |
tudo se alaranja... |
ressurge uma nova cidade: |
cada casa traz um novo encanto, |
cada janela um novo mistério. |
Algumas mais interessantes que outras |
mas todas continuam enfileiradas e simétricas |
Outras ainda perdem o laranja para o azul |
Onde termina uma e começa a outra? |
Pessoas caminham, saltando poças d'agua |
Alguns bancos parecem adocicados. |
Vidros de todas as cores e sabores se exibem, |
doces ou apimentados, |
com aromas que encantam... |
A casa iluminada |
guarda a bicicleta, esperando pacientemente por seu dono. |
Tudo está em seu lugar, e daqui a pouco o sol chegará novamente... |